quarta-feira, outubro 16, 2013

Mitos Culturais e Nacionalidade no País do Futuro

Ficção científica brasileira: Mitos culturais e nacionalidade no país do futuro (Brazilian science fiction: Cultural myths and nationhood in the land of the future), M. Elizabeth Ginway. Editora Devir, São Paulo. Tradução de Roberto de Sousa Causo. Capa de Gastão Esteves sobre ilustração de Ionaldo Cavalcanti, 296 páginas.


Para agradável surpresa da comunidade brasileira de ficção científica, o livro Ficção científica brasileira: Mitos culturais e nacionalidade no país do futuro, da acadêmica americana M. Elisabeth ‘Libby’ Ginway foi publicado no país, pela editora Devir, apenas um ano depois de seu lançamento nos Estados Unidos.

De início o que mais chama a atenção é o fato de a primeira obra importante, com chancela acadêmica, sobre a ficção científica brasileira atual tenha vindo do exterior e não de um dos seus participantes ou da crítica literária brasileira. Isso só vem a reforçar o clichê de que não valorizamos o que é nosso e de que só passamos a fazê-lo a partir do momento que é reconhecido por alguém do exterior.

Certamente este comentário não se refere à comunidade de fãs e escritores de ficção científica brasileira, que vem lutando pelo gênero em sua atual fase há pouco mais de duas décadas. Em todo caso, o estudo de ‘Libby' Ginway, professora de literatura da Universidade da Flórida, em Gainesville, tem seus méritos próprios. Tanto pelo tema em si que nós é caro, como pela qualidade e competência mostrada na obra.

Ficção científica brasileira enfoca o gênero dos anos 60 para cá, justamente os períodos históricos em que a memória da comunidade brasileira dedicada ao gênero tem mais lembrança e contato com pessoas ainda vivas. Nesse sentido ele faz uma espécie de diálogo cronológico com o outro livro recente sobre o gênero, Ficção científica, fantasia e horror no Brasil: 1875-1950, de Roberto de Sousa Causo, de 2003.

E sim, a vinculação entre as duas obras é, obviamente, temática e também cronológica. Pois os ângulos de abordagens analíticos são distintos. Causo estrutura sua obra nas influências históricas e culturais da ficção científica estrangeira para o desenvolvimento do começo dos gêneros no Brasil, estabelecendo um contato direto com a crítica e tradição literária nacional. Já Libby enfoca sua obra como meio de compreensão da ficção científica como um fenômeno cultural e antropológico, tornando mais claro algumas das motivações e símbolos da identidade brasileira e seus processos de transformação.

O livro está dividido basicamente em três grandes capítulos, mas a introdução e o epílogo também merecem a devida consideração, o primeiro por apresentar os conceitos e justificativas da obra e o segundo pelas perspectivas que aponta para o futuro do gênero no Brasil.

Assim, temos em “Introdução: Ficção científica, desenvolvimento e mitos de identidade cultural”, um texto que já vale como uma espécie de primeiro capítulo. Ela apresenta os temas de seu livro em suas linhas gerais, abordando a ficção científica brasileira primeiramente em torno de seus mitos nacionais, como o ‘paraíso tropical’, ‘democracia racial’, ‘um povo dócio e sensual’[1] e o país com seu “potencial de grandeza”, por ser “abençoado pela Natureza”.

A partir da exposição destas mitologias, procura contextualizar o quadro sociopolítico no qual a obra se insere, ou seja a partir dos anos 60, com a ditadura militar de 1964 a 1985 e o período atual de democracia que vivemos. Já aqui o foco principal é o processo de transformação social e tecnológica que o país viveu durante os últimos 40 anos, ou seja sua transformação do tradicional para o moderno, do rural para o urbano, do pessoal para o impessoal, do autoritário para o democrático, do mágico para o racional, em um caminho sempre feito de nuances e contradições tão próprio de um país desigual como o Brasil.

E dentro deste contexto cultural e social maior, sua abordagem prioriza a ficção científica como parte de um discurso que se refere às questões nacionais e de identidade, procurando entender como o gênero pode iluminar estes temas e ainda se relacionar com os paradigmas da ficção científica anglo-americana. É uma linha interpretativa que se ensaia como das mais interessantes no início da obra, abrindo várias possibilidades de análise para além do gênero em si, a conectando com estudos de um caráter mais sócio-cultural.

O primeiro capítulo aborda a chamada “Geração GRD”. Em “A ficção científica dos anos sessenta: Mitos culturais no país do futuro” temos a apresentação da chamada ‘emergência da ficção científica no Brasil’, com suas características, principais autores e obras.

Nos anos 60 a ficção científica brasileira tem um forte caráter humanista e anti-tecnológico, além de, segundo a autora, reforçar certas tradições da cultura brasileira e a posição periférica do país em relação ao Primeiro Mundo. Ela segue os passos do crítico americano Gary K. Wolfe, da revista Locus, a partir de sua obra The known and the unknown: The iconografy os science fiction (1979), procurando analisar as obras de ficção científica, a partir dos temas-chave mais abordados na época entre nós: o robô, o alienígena (humanóide e não-humanóide), mutantes, a espaçonave, a cidade e a terra devastada (wasteland) e como cada um deles pode ser interpretado tanto em comparação com o que fazem os americanos, como em relação com os mitos e identidades nacionais. Assim, de acordo com ela, “a preocupação com a identidade brasileira vista nessas primeiras histórias de ficção científica funciona como uma espécie de resistência contra a cultura da tecnologia, que é percebida como não-brasileira. Ao recorrer a esses mitos culturais, contudo, a ficção científica brasileira reduz a identidade nacional a uma série de estereótipos, revelando a feição conservadora da sociedade brasileira.” (na página 91).

Ainda com relação a este primeiro capítulo é pertinente observar que talvez tenha faltado explorar um pouco mais um possível paralelismo com a New Wave, bem como a falta de vínculo dos autores brasileiros com os temas e tradições da ficção científica anglo-americana. Talvez a partir daí, fosse possível entender melhor esta priorização anti-hard e mais voltada a assuntos sociais e psicológicos da ficção científica brasileira da época, ainda que, concordando com a autora, fosse mais resignada do que contestadora da ordem vigente no Brasil.

Já o segundo capítulo, “Ficção distópica brasileira: Protestos contra a repressão, a modernização e a degradação ambiental”, é especialmente interessante por dois motivos. Primeiro porque aborda o período do regime autoritário brasileiro (meados dos 60 a meados dos 80) do ponto-de-vista da literatura brasileira. E segundo porque expõe e analisa um conjunto de obras raramente considerados como pertencendo ao gênero pelos fãs e especialistas brasileiros do gênero.

É fato que a comunidade brasileira de ficção científica da década de 60 (“O Primeiro Fandom”), arrefeceu com as conseqüências políticas e sociais do golpe militar de 1964. Em termos históricos, talvez seja possível esticar a existência desta comunidade até, digamos, novembro de 1971 com a publicação da vigésima e última edição do Magazine de Ficção Científica, da editora Globo de Porto Alegre, pois esta revista[2] era comandada pelo escritor Jerônymo Monteiro, que falecera em junho de 1970. Assim, durante toda a década de 70 não houve – até onde se sabe nos dias de hoje – uma comunidade de fãs e escritores dedicados prioritariamente à ficção científica[3], que só voltaria a ocorrer no início dos anos 80.

Mas se não houve um movimento organizado tivemos escritores que dedicaram atenção à ficção científica, ainda que de maneira duplamente indireta. Primeiro porque não eram obras de ficção científica com temas tradicionais da ficção científica (como aqueles abordados nos anos 60), e segundo porque tais obras utilizaram o gênero de uma maneira instrumental, para servir aos seus objetivos metafóricos de crítica à ditadura militar.

Embora escritas por autores vinculados ao chamado mainstream, são obras de ficção científica e neste particular discordo em parte da autora, quando ela procura diferenciar o gênero como um todo de um subgênero, que seria de ‘ficção distópica’. Ela justifica a distinção, argumentando que na ficção científica os enredos têm mais ação e aventura, enquanto no subgênero distópico há menos ação real. Concordo aqui de forma genérica. Mas a seguir, cita o crítico Keith Booker, que afirma: “a ficção distópica difere da ficção científica na especificidade de sua atenção à crítica social e política” (página 93). Tudo bem, mas será que não há também em obras de ficção científica este mesmo apuro crítico? Romances representativos de ficção científica escritos por autores diretamente vinculados ao gênero põe em dúvida esta assertiva, como por exemplo, Mundos fechados (The world inside), de Robert Silverberg (1971), Identidade perdida (Flow my tears, the policeman said), de Philip K. Dick (1974) e Os despossuídos (The dispossessed), de Ursula K. Le Guin (1974). Aliás, como indicado nas datas, escritos na primeira metade dos anos 70, só que nos Estados Unidos. A meu ver são obras de ficção científica que discutem a fundo os problemas sociais e políticos de sua época, construindo visões de mundo distópicas.

Prefiro, então, considerar as obras escritas no Brasil nos anos 70 como ‘ficção científica distópica’. Na visão da autora elas têm um estilo mais elaborado do ponto de vista literário e procuram extrapolar criticamente alguns aspectos subjacentes do regime militar, como a repressão política e a censura, a modernização industrial intensa, além de problemas conseqüentes, como a superpopulação, a massificação e perda da identidade individual, o papel contraditório da mulher (emancipador e moralmente reprimido), além de problemas ecológicos graves.

Assim, há romances importantes que, com o lançamento de Ficção científica brasileira, devem ganhar uma atenção maior do leitor mais tradicional de ficção científica como, por exemplo, Fazenda modelo, de Chico Buarque (1974),  O fruto do vosso ventre, de Herberto Salles (1976), Adaptação do funcionário Ruam, de Mauro Chaves (1975), Um dia vamos rir disso tudo, de Maria Alice Barroso (1976), Asilo nas torres, de Ruth Bueno (1979), Umbra, de Plínio Cabral (1977) e Não verás país nenhum, de Ignácio de Loyola Brandão (1981), autor que também tem analisado o conto “O homem que espalhou o deserto”, da coletânea Cadeiras proibidas (1977).

É provável que o conhecimento de obras como essas permitam uma maior abertura do leitor brasileiro de ficção científica com temas e/ou autores não diretamente vinculados ao gênero, abrindo o leque de opções e enriquecendo a compreensão do gênero em si, especialmente durante os ‘anos de chumbo’ de tão triste memória.

Para Lybby Ginway, de um modo geral, este conjunto de obras ‘distópicas’, contudo, a pretexto de criticar a situação social e política da época, terminam mais por reforçar os estereótipos nacionalistas elencados por ela na introdução de sua obra. E, observando de sua ótica feminina, tais obras colocariam a mulher numa situação mais paternalista, do que de emancipação de sua condição   subalterna na sociedade.

 O terceiro capítulo é o mais esperado, por nós contemporâneos deste período. Em “A geração pós-ditadura: Renovação, pós-modernidade e globalização”, a autora volta a se utilizar dos temas-chave mais escritos no período, como a ficção científica hard (ditadura e o legado do desenvolvimento), cyberpunk (crítica social ou novos mitos da identidade brasileira), robôs e computadores (examinando raça, classe e gênero), alienígenas (encontros alienígenas: reações brasileiras à globalização, com alienígenas invasores, alienígenas amigos e mentores, alienígenas enigmáticos), histórias alternativas e universos paralelos: herança do Brasil colonial, a mulher na ficção científica.

Esta geração das últimas duas décadas é conhecedora dos conceitos e principais obras e autores do cânone anglo-americano da ficção científica. Em sua maioria, são leitores ávidos do gênero que se transformaram em escritores trazendo, desta forma, uma bagagem ampla de leitura do gênero. Esta é uma das distinções desta geração, ao contrário das duas anteriores, de pouca leitura e identificação com o gênero em si – apesar de mais bagagem literária e cultural em geral. E, de acordo com Libby Ginway esta intimidade com o gênero, além do processo de modernização já estar adiantado em relação às décadas anteriores, permite a este conjunto de autores uma postura menos xenófoba em relação à ciência, rediscutindo os mitos da identidade nacional, de forma a atualizá-los e questioná-los, à luz da nova realidade política e social vivida pelo Brasil nos últimos do século XX.

Por este rol de assuntos e novas abordagens de aspectos da cultura nacional, bem se vê o quão complexo e diversificado tem sido, ao menos em termos temáticos, a ficção científica que ressurge na chamada ‘Segunda Onda’, nos primeiros anos dos anos 80.

Talvez por ser o capítulo que merece as maiores atenções, ao menos por um leitor-resenhador contemporâneo desta fase como eu, percebe-se a competência e a surpreendente sagacidade da autora, por aspectos e detalhes às vezes pouco notados – especialmente com respeito à crítica social das obras cyberpunks e da reconstrução crítica da História brasileira, a partir dos temas da história alternativa.

Sua análise merece destaque também pelo fato de que é feita por uma observadora “de fora”, equidistante e desapaixonada das polêmicas e problemas enfrentados no interior da ficção científica brasileira entre seus praticantes.

Suas análises, comparando aspectos da ficção científica dos anos 60 e também com a tradição anglo-americana chamam especialmente a atenção, pois mostram características instigantes do que ela nomeia de ‘ficção científica pós-ditadura’, a colocando a par com as profundas transformações políticas, sociais e tecnológicas vividas pelo Brasil. E também de como uma análise da perspectiva do ‘Outro’, ou seja de um país periférico – também na ficção científica –, pode ajudar a contrapor aspectos da própria ficção científica dominante, a anglo-americana.

Este capítulo é o texto mais importante já escrito sobre a atual geração da ficção científica brasileira. E, como apontei acima, por ser escrito por uma respeitada observadora estrangeira, lhe confere um status de centralidade muito bem-vindo em comparação com os textos por vezes competentes escritos pelos brasileiros, mas que perpassam o sentimento de inevitável influência e subjetividade de quem é observador e objeto ao mesmo tempo.

Para encerrar o livro, temos “Epílogo: O futuro da ficção científica brasileira”. A autora aborda alguns dos problemas centrais para um maior reconhecimento do gênero na literatura brasileira, acentuando seu caráter marginal, além do pouquíssimo espaço que lhe é conferido pelo mercado editorial.

Por estas dificuldades ela aponta que uma opção por uma ficção científica de maior apelo popular e de entretenimento seja uma saída mais rápida e ‘fácil' para uma maior aceitação de público do gênero. E, com esta observação, ela termina por adotar uma posição de relativo otimismo com respeito ao futuro do gênero do país.

Ao contrário, penso que esta opção recente por uma ficção científica mais pulp, superficial no tratamento de temas e personagens, com uma provável perda de melhora no estilo e na forma, aponta para um caminho de mais dificuldade, no qual à pretexto de se aproximar de um mercado que lhe é refratário, o gênero deixe de ter o papel crítico instigante por ela apontado em algumas das obras mais representativas destes anos 80 e 90, e ainda perca a oportunidade de um maior reconhecimento crítico, ao se fiar nesta opção mais comercialesca, tendência visível entre alguns dos autores mais importantes nestes últimos anos.

É de se observar ainda que o recorte da autora, especialmente neste terceiro capítulo tem gerado uma certa polêmica, entre os poucos que leram seu livro. É óbvio que toda escolha é arbitrária e a autora tem o direito de fazer as suas, especialmente se amparadas por uma boa estrutura de argumentos e de metodologia, como o seu caso. Mas ao menos dois autores ausentes poderiam ter ganhado certo espaço em sua análise, como Fábio Fernandes e Carlos Orsi Martinho. O primeiro por suas histórias paranóicas e socialmente contestadoras, especialmente no plano individual dos personagens, o que atestaria sua análise interessante do homem pós-moderno, sem rumo e à procura de libertação das amarras sociais aos quais está preso. O segundo por sua interessante conexão intergêneros, mais especificamente, a ficção científica e o horror – este um gênero de raízes tão fundas na cultura popular brasileira –, e de como coloca de forma competente uma vertente mais aventuresca do gênero. Mesmo que, seja oportuno ponderar, estes dos autores estejam recaindo demais nos aspectos ‘pulpescos’, que critiquei no parágrafo anterior, nos últimos anos.

Em suma, a obra não faz uma crítica literária no sentido estrito, ou seja, não analisa os aspectos formais, mas sim o conteúdo, os temas das histórias ficcionais. E esta análise temática sempre está remetidas às comparações da ficção científica brasileira com as principais tradições do gênero, a dos Estados Unidos e da Inglaterra. Mas o alcance não termina aí. Num meritório e competente esforço de análise social e cultural, o livro leva os temas das histórias de ficção científica a uma relação com a identidade histórica, de um viés, diria antropológico, de compreensão do ser brasileiro, de como ele se comporta e sua visão de mundo a partir de seu país.

E a partir deste ponto, procura entender como a ficção científica brasileira dialoga e reflete em torno da transformação do mundo tradicional para o moderno, com a ascensão da ciência e da tecnologia na vida cotidiana e no destino futuro da sociedade brasileira. Assim, o livro faz uma leitura instigante e particular não só da ficção científica com olhar brasileiro mas, e principalmente, das luzes que o gênero lança sobre a compreensão da identidade e da cultura brasileira, e de como eles também vão se modificando ao longo da história do país.

O trabalho chama a atenção também por não se fiar às tradições da ficção científica em si, isto é, não ser um estudo hermético, auto-referente às concepções do gênero em termos comparados. Esta linha, vá lá, até é apresentada, mas dentro do panorama maior de entender as transformações da sociedade brasileira, de um ponto de vista, mais multicultural.

A revista americana Locus, de fevereiro de 2005, incluiu Ficção científica brasileira entre os principais lançamentos na área de ‘não-ficção’ nos Estados Unidos em 2004. Isso é um sinal de que a obra chamou a atennção também no principal mercado produtor e consumidor do gênero no mundo. E é mais um indicativo de que o lançamento desta obra no Brasil é um acontecimento importante para a compreensão do gênero, mesmo que o livro tenha recebido uma atenção crítica muito pequena dos meios acadêmicos e jornalísticos brasileiros, o que só mostra o quanto o gênero ainda tem de percorrer para ser reconhecido entre nós.

Marcello Simão Branco, co-autor do Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica, é professor da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

[1] Aqui estabelecendo referência ao conceito de “homem cordial”, do historiador Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) em sua obra-prima Raízes do Brasil (1936). (voltar)
[2] Versão brasileira de The Magazine of Fantasy & Science Fiction, uma das principais da literatura norte-americana de ficção científica e fantasia. (voltar)
[3] Emblemático deste fato é o título do artigo seminal do escritor Fausto Cunha, “Ficção científica brasileira: um planeta quase desabitado”, publicado dentro do livro No mundo da ficção científica, de L. David Allen, de 1977. (voltar)

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